Além de bem-humorada sou otimista, é quase óbvio.
José Saramago, prêmio Nobel de Literatura em 1988, o primeiro para a língua portuguesa, disse em uma entrevista que os pessimistas são pessoas insatisfeitas com o mundo. E que, em princípio, seriam as únicas interessadas em alterar a rotina, já que para os otimistas tudo está bem.
Acho que não, os otimistas acreditam que tudo deve acabar bem e fazem o possível e o impossível para alcançar este objetivo. Se alguma indicação apontar para um problema ou erro, nós pensamos em um outro jeito. Uma nova maneira para fazer dar certo.
Os pessimistas é que são acomodados. Se é que vai dar errado mesmo não precisam fazer nada. O mundo é péssimo e está acabado.
Claro, tudo depende de como a gente analisa a questão. E eu discordando do Saramago! Discordando não, dando outro enfoque, só isso.
Isso porque os otimistas são criativos, e a criatividade é um fator de superação, uma nova maneira de encarar os problemas.
Acredito que discordar, desde que não seja só para contrariar, é um caminho para descobrir coisas novas. Só acontece algo novo se agirmos de maneira diferente da habitual. Tudo óbvio? Mas é isso que a gente esquece, o que é simples.
No livro “As Intermitências da Morte” de José Saramago, a morte deixa de matar por um tempo, depois espantosamente, volta a agir.
A morte é inevitável, mas como otimista de carteirinha, confio que haja uma outra vida depois.
Morte
Começo de uma nova vida?
Fim de tudo, caos, despedida.
Sem dia, sem hora marcada, chega de repente ou é pelos remédios adiada.
Palavra proibida, rumo inevitável.
Se fosse possível, seria melhor inverter:
Começar com a morte e depois sobreviver.
Nascer velho e rejuvenescer.
Mas a natureza é sábia, divina.
É no auge da juventude que devemos aprender para então na velhice, olhar para trás, colher os frutos, talvez se arrepender.
Mas alguns ainda jovens pulam todas as etapas.
Sem explicação aparente, sem nada dizer, deixam esse mundo e nada podemos fazer.
Sofre quem fica e só tem alento, se em outra vida acredita.
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