Essa é a história de um amigo de um amigo meu que queria muito ser escritor. Desses famosos, que vivem de literatura. O sujeito escrevia muito e lia muito também. Ficava aporrinhando todo mundo para ler seus textos. Levava nas reuniões de amigos e da família, no bar, até no velório do tio ele levou.
Pedia opinião, uma crítica, um comentário. Todos liam e diziam que era bom. Ele ficava satisfeito na hora, mas logo batia uma insatisfação que só melhorava se ele escrevesse mais.
A mãe era a única que guardava as cópias, que já enchiam a gaveta do meio da cômoda. Cômoda antiga, gavetas grandes.
Um amigo dele sugeriu que comprasse um computador. Poderia escrever mais rápido, gravar tudo, usar a internet e passar para outras pessoas. Fazer amigos e mandar seus escritos pelo mundo. E ele fez exatamente assim e mais. Participou de concursos, foi premiado, arrumou trabalho como colunista de uma revista importante.
Então os editores começaram a ditar regras e ele escrevia sob encomenda.
A insatisfação voltou com força e ele criou um personagem, alguém livre para escrever. Podia mostrar os textos dele na família, como se fossem de um grande amigo. Todos queriam conhecer o tal amigo que escrevia tão bem. Tanto que ele precisou criar um rosto para o personagem, um estilo uma personalidade, uma história.
Falava muito nele com a esposa, que adorava as histórias do tal amigo. Ela adorava o modo como ele se vestia, os versos que ele declamava, as viagens que ele tinha feito. Passava horas ouvindo o marido contar.
E o personagem foi ficando forte, ocupando todos os espaços, ocupando seu lugar na revista, comprando roupas diferentes, trocando de carro, sorrindo e desfilando nu pela casa.
Os parentes resolveram dar um basta e procuraram a esposa para interná-lo a força.
A surpresa foi imensa.
Ela disse que jamais faria isso, pois ele era muito mais romântico, beijava muito melhor. Era um amante extraordinário. O outro, o escritor aquele, que ficasse bem longe.
Verdade ou não, mantenho meus personagens bem distantes!
Pedia opinião, uma crítica, um comentário. Todos liam e diziam que era bom. Ele ficava satisfeito na hora, mas logo batia uma insatisfação que só melhorava se ele escrevesse mais.
A mãe era a única que guardava as cópias, que já enchiam a gaveta do meio da cômoda. Cômoda antiga, gavetas grandes.
Um amigo dele sugeriu que comprasse um computador. Poderia escrever mais rápido, gravar tudo, usar a internet e passar para outras pessoas. Fazer amigos e mandar seus escritos pelo mundo. E ele fez exatamente assim e mais. Participou de concursos, foi premiado, arrumou trabalho como colunista de uma revista importante.
Então os editores começaram a ditar regras e ele escrevia sob encomenda.
A insatisfação voltou com força e ele criou um personagem, alguém livre para escrever. Podia mostrar os textos dele na família, como se fossem de um grande amigo. Todos queriam conhecer o tal amigo que escrevia tão bem. Tanto que ele precisou criar um rosto para o personagem, um estilo uma personalidade, uma história.
Falava muito nele com a esposa, que adorava as histórias do tal amigo. Ela adorava o modo como ele se vestia, os versos que ele declamava, as viagens que ele tinha feito. Passava horas ouvindo o marido contar.
E o personagem foi ficando forte, ocupando todos os espaços, ocupando seu lugar na revista, comprando roupas diferentes, trocando de carro, sorrindo e desfilando nu pela casa.
Os parentes resolveram dar um basta e procuraram a esposa para interná-lo a força.
A surpresa foi imensa.
Ela disse que jamais faria isso, pois ele era muito mais romântico, beijava muito melhor. Era um amante extraordinário. O outro, o escritor aquele, que ficasse bem longe.
Verdade ou não, mantenho meus personagens bem distantes!
1 comentários:
Parabéns, um belo texto!
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