sábado, 5 de maio de 2007

Boato? Estou fora


Minha avó já dizia, o que o povo fala, ou foi, ou é, ou será.
O que ela queria dizer e sempre dizia, é que se todo mundo comenta é porque já aconteceu mesmo. Ou está acontecendo. Ou por outra, vai acontecer, pois já existem indícios e o povo percebeu.
Mas desde os tempos em que minha avó pregava seus ditados as coisas mudaram muito. A indústria do boato e do falatório se especializou bastante.
Semear a discórdia é uma estratégia que pode detonar com uma pessoa, uma empresa ou um produto qualquer.
É o guaraná que pode matar, o desodorante que causa câncer, o adoçante que cria dependência. Os boatos agora têm a internet para propagarem-se mais rapidamente. Criam lendas e causam pânico. Alguns viram até leis, como é o caso da proibição do uso de celulares em postos de gasolina.
Complicado é desmentir, provar que não é verdade. E mesmo provando, valerá a notícia ruim, aquela que desmoralizou.
No ambiente de trabalho essa doença, do boato, é altamente destrutiva. Alguém com ódio começa a falar mal de um colega, muitos já começam a olhar feio para o sujeito, daqui a pouco ele já está sendo odiado e nem sabe o motivo. Aí entra outro ditado da minha avó – quem conta um conto aumenta um ponto. A pessoa vai modificando, aumentando e detonando.
O fofoqueiro sente prazer em sentir-se dono da verdade, ser o proprietário do destino das pessoas.
Boato é notícia sem confirmação, não devemos dar ouvidos a eles.
Meu ditado para combatê-los é:
Se não tenho nada de positivo para dizer, fico calada.

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