Quando eu era adolescente alugamos uma casa que tinha uma peça separada nos fundos do terreno. Logo descobri a chave, e numa tarde em que estava sozinha em casa resolvi desvendar os mistérios do anexo. Era uma pequena biblioteca com uma imensa coleção da revista Seleções. A revista existe até hoje, aliás, completa sessenta e cinco anos de publicação. Um dos segmentos é o “Rir é o melhor remédio”. Na época fiquei viciada e li em todas as revistas, uma a uma. Adorava dar risadas, passava as tardes assim, lendo e rindo. As piadas eram boas, sem maldade, mas muito divertidas. E quem não gosta de rir?
Até hoje procuro sorrir sempre, achar um lado engraçado nas coisas. Não um deboche ou falta de respeito, mas uma graça, um motivo para dar uma gargalhada e relaxar um pouco. Isso acaba me ajudando porque eu rio das minhas próprias gafes e ainda conto para os outros. Acho que é genético, meu pai era assim. Ele morreu faz pouco, já contei, e quando ele já estava em coma, minha mãe me deu uma tarefa muito difícil. Eu deveria ir ao cemitério, no jazigo da família, onde estão enterrados meus antepassados, para verificar as condições e arrumar o que fosse preciso. Além de o local me provocar arrepios, a tristeza por estar precipitando algo que eu não queria passar me corroia por dentro. Enfrentei. E como precisava de uma reforma tive que tratar com um senhor já antigo no trabalho, muito falante e solidário. Ao perceber minha tristeza ele perguntou todos os detalhes e tentando me consolar disse que o que eu estava fazendo era o certo, e que a maioria das pessoas que toma essa atitude acaba dando sorte para o doente que dura mais um mês até. Para ajudar saiu contando outros casos dando exemplos e apontando os túmulos em reforma.
Na hora só pude rir da simplicidade do homem, que acostumado com a morte julgava que uns dias a mais poderiam me servir de consolo. A risada aliviou minha tensão e me fez ver que tudo isso não era nada diante das muitas coisas boas que eu tinha feito com meu pai enquanto ele tinha saúde e o quanto tínhamos rido juntos.
Até hoje procuro sorrir sempre, achar um lado engraçado nas coisas. Não um deboche ou falta de respeito, mas uma graça, um motivo para dar uma gargalhada e relaxar um pouco. Isso acaba me ajudando porque eu rio das minhas próprias gafes e ainda conto para os outros. Acho que é genético, meu pai era assim. Ele morreu faz pouco, já contei, e quando ele já estava em coma, minha mãe me deu uma tarefa muito difícil. Eu deveria ir ao cemitério, no jazigo da família, onde estão enterrados meus antepassados, para verificar as condições e arrumar o que fosse preciso. Além de o local me provocar arrepios, a tristeza por estar precipitando algo que eu não queria passar me corroia por dentro. Enfrentei. E como precisava de uma reforma tive que tratar com um senhor já antigo no trabalho, muito falante e solidário. Ao perceber minha tristeza ele perguntou todos os detalhes e tentando me consolar disse que o que eu estava fazendo era o certo, e que a maioria das pessoas que toma essa atitude acaba dando sorte para o doente que dura mais um mês até. Para ajudar saiu contando outros casos dando exemplos e apontando os túmulos em reforma.
Na hora só pude rir da simplicidade do homem, que acostumado com a morte julgava que uns dias a mais poderiam me servir de consolo. A risada aliviou minha tensão e me fez ver que tudo isso não era nada diante das muitas coisas boas que eu tinha feito com meu pai enquanto ele tinha saúde e o quanto tínhamos rido juntos.
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