domingo, 29 de abril de 2007

A magia das férias


Quando era criança, nunca tirei férias viajando com a família. Por quê? Não me lembro do meu pai sem trabalhar. Se estivesse em férias no oficial, logo arrumava um trabalho paralelo para compensar. Também não tínhamos carro, e faltava dinheiro e iniciativa para uma viagem de ônibus.
Viajei algumas vezes com meus tios.
Mas minhas férias escolares não eram ruins não. Minha mãe reservava um tempo a mais só para mim. Fazíamos biscoitos e bolos em formas pequenininhas. Ela fazia roupas novas para minhas bonecas, jogávamos cartas. Minhas amigas vinham brincar e os lanches eram especiais.
Agora que sou grande, trabalho e tenho marido e filho - adoro férias com a família.
Gosto de planejar antes, sem muita rigidez, só para aproveitar melhor. É uma das minhas dicas de viagem.
Também procuro apreciar as coisas típicas do local, isso faz com que eu leve para casa um pouco dos locais em que passei.
Acho bom levar uma dose de bom humor, não deixar que pequenos contratempos me atrapalhem.
Ser simpático é importante, ter respeito com as pessoas, como se estivesse visitando a casa de alguém, pois é isso mesmo que estou fazendo. As pessoas sentem-se donas do país em que nasceram da sua cidade. Não gostam de turistas mal-educados. Além do mais isso pode comprometer a imagem de todos os meus conterrâneos.
Não me esqueço da câmera fotográfica, com as devidas baterias e carregador, é bom lembrar.
Contudo, acredito que a magia das férias está na permissão.
Não ter horários, experimentar coisas novas, sair da rotina.
O número de dias não conta muito, se forem poucos, que sejam bem aproveitados.
Tudo isso para dizer que estou em férias e conto tudo na volta.


Minicontando: A magia das férias
Menino nunca entende adulto. Às vezes nem quer entender mesmo. Gabriel sempre acreditou ser assim, e pronto.
Mas certamente tinha alguma magia, alguma coisa estranha que acontecia com os seus pais nas férias. Pareciam outros. Nada de brigas ou exigências. Brincavam, corriam. A mãe dava gargalhada. Beijava toda hora.
Por isso quando a professora perguntou o que ele queria ser depois de grande, não teve dúvida:
- Pai em férias.

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