domingo, 20 de maio de 2007

Calcinhas penduradas


Uma grande revolução na emancipação da mulher é a exposição da sua langeri. Minha mãe não pendurava roupa íntima nos varais que ficavam a vista no pátio.
Minha avó então, nem se fala, nunca vi suas roupas íntimas a não ser nas gavetas e não eram nada “sexy”.
Já a mulherada menina, pendura calcinha no banheiro, deixa sutiã jogado na cama, mostra a calcinha quando se abaixa e o sutiã quando levanta os braços, de blusinha bem curtinha.
A calcinha é uma metáfora para dizer que as mulheres estão decidindo, escolhendo, abrindo novos espaços sem pedir a ninguém.
Penduram suas idéias onde bem entendem.
Em trinta anos, as calcinhas, mudaram muito. A exigência de conforto, formas e cores é bem maior. A sedução está implícita. As mulheres mudaram também, trabalham, estudam, ocupam postos importantes. E ainda continuam mães, donas de casa, esposas.
Certamente ainda existirão muitas Marias da Penha e muitas outras serão beneficiadas com a lei criada para punir a violência e proteger as mulheres agredidas. Outras viverão sem trabalho digno, sem estudo e sem oportunidade.
Mas o mundo continuará mudando.
Os homens já estão diferentes, compartilham, trocam de papéis nas atividades domésticas.
E formam-se famílias mais solidárias, mais amorosas, com igualdade.
Desejo ver o tempo em que o Dia Internacional da Mulher será só uma lembrança, de uma época em que existiam diferenças, e as calcinhas ficavam escondidas.

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